Encontrei-o
cabisbaixo com a cabeça entre as pernas, como não houvesse amanhã.
Eu
sabia que ele era sensível, mas a este ponto... eu não podia
tolerar. Já à algum tempo que andávamos com uma relação difícil,
parecendo-me que a tendência era para piorar...
já
perdi a paciência! Tem que ser tudo como ele quer; e quando quer!
Deve ser comigo, deve; hás-de ter cá uma sorte... Dás-te com um
dos bons... Quantas e quantas vezes – só para o irritar – não
lhe fiz a vontade? (cá tenho as minhas razões).
- VINGA-SE... aí pois vinga-se!é só eu beber uns copos, aproveita-se logo... e faz de propósito!
- Outras vezes vira-se a mim – cara-a-cara – não tolero desobediências; leva umas lambadas... sossega logo; é tiro e queda... para não se armar em esperto.
Temos
que encontrar um consenso, assim não dá! Eu seu que às vezes sou
um bocado violento com ele; mas ele tira-me do sério!e depois
bato-lhe... ai pois bato!
- ele acusa-me que as vezes o meto em embaraços e que o deixo em apertos que ele não gosta nada... - o BRONCO NÃO PERCEBE QUE O FAÇO POR ELE??? Que se fosse por mim eu não o fazia??? e o senhor só pensa nele. Quantas vezes ele não leva nas trombas porque “o senhor se deu ares que se lhe apetecia algo”?!!!
eu
também tenho que fazer “mea culpa”,
pois numa relação são raras as vezes em que a culpa cai só para
um lado. Ele tem aquela natureza rebelde, de cabeça no ar, sem
responsabilidades, de fazer o que quer, (pelo menos tenta); mas eu
talvez tenha sido demasiado violento com ele.
- MAS PORRA! ELE DÁ-ME CABO DA CABEÇA!
Agora
que o vejo, ali tão tristonho, sem qualquer motivação, fico com um
ligeiro arrependimento. Ligeiro, porque sei que não tarda ele já
está como se não fosse nada. Vou tentar ser compreensivo com ele e
não lhe aplicar nenhum correctivo em que ele tenha que chorar
compulsivamente... e chora baba e ranho... ainda vai fazer queixa de
mim à APAV!
- O QUE ERA DE MIM SEM ELE?
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