segunda-feira, 25 de julho de 2011

É UM CONTO – NÃO INTERESSA SE É INFANTIL OU NÃO – parte VII


Mesmo em festas bem organizadas como esta, tem que acontecer algo que dá bronca (se bem que é isso é que dá piada à festa). Há festas cujas falhas de organização já são calculadas ao milímetro, com todo o rigor por essa mesma razão, para que nada falhe. São contratados especialistas em falhas, gafes e outras situações do género, isto para que tudo corra bem. Acontece que o especialista contratado foi o Peninha; não foi a primeira escolha (porque ele nunca é) – o Gaston Lagaffe, embora apresentasse provas dadas, falhou no principal, isto é, não apareceu! O Peninha, embora seja profissional nesse sector, comete erros desses e, aparece, e faz com que tudo falhe, não só as falhas programadas. È tão bom, tão bom, que com ele não há nada que dê certo,  inclusive as falhas. Bem, esta não falhou…
A iluminação da festa era vanguardista, embora não tendo sido o Peninha a desenhá-la e instalá-la, mesmo assim deu merda. Era chamada de ILUMINAÇÃO PIRILAMPICA EM SÉRIE. Passo a explicar: A SININHO – iluminação de eventos SA, foi a empresa contratada; estava bem cotada no mercado. Acontece que, com o decorrer da festa, o Peninha fez aquilo para que tinha sido contratado e … apresentou a Sininho ao Dumbo; já se conheciam porque trabalhavam para a Disney e tinham-se conhecido num casting em que o Peninha fazia de Morcego Vermelho. Foi um desastre, como é apanágio do Peninha. Ora, foi amor à primeira vista, esvoaçaram logo os dois dali pra fora e… foi um ver se t’avias”.
Desaparecida a Sininho, e como era iluminação em série, as outras pirilampas deixaram de funcionar e “deram asas à imaginação”, e deram de frosques. Dizem fontes mais ou menos bem informadas que elas deixaram de fazer iluminação de eventos porque eram mal pagas pela Sininho (recebiam em caipirinhas) e foram iluminar mentes, por indicação do sindicato, com ligações jacobinas. Dizem outros que foi aqui que começou aquela corrente de mentes eléctricas e electrizantes, apelidada de iluminismo… que é medida em VOLTaires.
… quanto à Sininho, chegou a ver-se numa outra produção cinematográfica da Disney, como atriz principal (deixando o Peter Pan que se tinha entregue á bebida, após o divórcio com a wendy)… muito devido a cunhas do Dumbo… e viveram felizes para sempre – embora a Sininho confidenciasse que já não podia ver a sua tromba… ela era a luz dos seus olhos, “embora eles não tivessem nada em comum, o sexo era muito bom” confidenciou ela a uma revista cor-de-rosa.
Não é preciso descrever a confusão que se gerou, nos momentos de penumbra seguintes, apenas iluminados pela lua cheia… - peço desculpa, não era lua cheia porque, por engano da empresa de catering, parte dela tinha sido servida aos convidados em acepipes de queijo.
Quando a iluminação foi reposta, ou seja, acendidas velas feitas com cera recolhida dos ouvidos dos convidados pela Abelha Maia, a situação já era diferente. A Cinderela tinha desaparecido e não foi dada nenhuma credibilidade ao Pinóquio quando disse que a tinha visto entrar para o WC com o Zé Lobo.
O príncipe correu tudo à procura dela (e do Zé Lobo???), só a viu entrar no elevador deixando entalada na porta umas bonitas cuecas  de brilhantes. Ao que tudo indica, por ter ficado assustada com as 12 barulhentas pancadas dadas pelo DJ de serviço anunciando a meia-noite.
Não se sabe se, no elevador o Zé Lobo a acompanhava. Contudo, a Famel que tão pouco passava despercebida não mais foi visa no parque de estacionamento.

domingo, 24 de julho de 2011

CONTOS (VÁ-SE LÁ SABER SE SÃO INFANTIS, OU NÃO) PARTE VI


Convém agora dar uma breve ideia do começo desta história, que tão mal contada chegou aos nossos tão pouco selectivos ouvidos, e da qual já sabemos parte do final.
Quero entretanto deixar bem claro que, o direito de resposta por parte do príncipe não foi entendido pelo autor como contendo ameaças, antes sim como um apelo à correcta narração dos factos passados.
O nascimento do príncipe foi um momento muito aguardado por todo o reino; as “vozes de burro” eram muitas, que indicavam a impossibilidade do rei gerar um herdeiro ao trono. O gosto em rondar as estrebarias do castelo por parte do rei, gosto esse que já teria sido herdado do seu pai e que, por longos que fossem os capuzes que usasse, as orelhas de burro não conseguia disfarçar dos seus súbditos, diziam as más línguas destes últimos (que por serem más, tantos e tantos deles não as conseguiram conservar).
A verdade é que, o herdeiro do trono acabou por nascer e os receios, para além de estúpidos foram infundados – o  príncipe nasceu com umas belas orelhas – não de filhote de equino mas das mais belas orelhas que já se viram a ornamentar a cabeça de um príncipe.
A infância e a juventude do príncipe trouxeram-lhe o cognome de encantado, de tão encantador ele ser. Todos nós homens, sabemos que o ideal de beleza reside nas mulheres e nas suas melhores formas femininas – se bem que todos nós, é muita gente…. O príncipe era belo, e que belo era este príncipe! O seu escudeiro era também um belo jovem da nobreza; língua já ele não tinha! Por um infortúnio qualquer, o rei fez com que ele a tivesse perdido, por ter dado com ela nos dentes… acerca da paranóia do príncipe por chouriços – só não perdeu mais nenhuma pendureza por grande intervenção do príncipe.
Era chegada a hora de o príncipe contrair matrimónio, por muito que ele discordasse dessa opinião, dando o exemplo do príncipe do Mónaco, se bem que a opinião geral não via semelhanças entre eles.
Foi neste contexto que a rainha se saiu com a ideia de organizar uma festa/baile com concurso de beleza, com a ideia de encontrar a cara metade do príncipe encantado.