domingo, 24 de julho de 2011

CONTOS (VÁ-SE LÁ SABER SE SÃO INFANTIS, OU NÃO) PARTE VI


Convém agora dar uma breve ideia do começo desta história, que tão mal contada chegou aos nossos tão pouco selectivos ouvidos, e da qual já sabemos parte do final.
Quero entretanto deixar bem claro que, o direito de resposta por parte do príncipe não foi entendido pelo autor como contendo ameaças, antes sim como um apelo à correcta narração dos factos passados.
O nascimento do príncipe foi um momento muito aguardado por todo o reino; as “vozes de burro” eram muitas, que indicavam a impossibilidade do rei gerar um herdeiro ao trono. O gosto em rondar as estrebarias do castelo por parte do rei, gosto esse que já teria sido herdado do seu pai e que, por longos que fossem os capuzes que usasse, as orelhas de burro não conseguia disfarçar dos seus súbditos, diziam as más línguas destes últimos (que por serem más, tantos e tantos deles não as conseguiram conservar).
A verdade é que, o herdeiro do trono acabou por nascer e os receios, para além de estúpidos foram infundados – o  príncipe nasceu com umas belas orelhas – não de filhote de equino mas das mais belas orelhas que já se viram a ornamentar a cabeça de um príncipe.
A infância e a juventude do príncipe trouxeram-lhe o cognome de encantado, de tão encantador ele ser. Todos nós homens, sabemos que o ideal de beleza reside nas mulheres e nas suas melhores formas femininas – se bem que todos nós, é muita gente…. O príncipe era belo, e que belo era este príncipe! O seu escudeiro era também um belo jovem da nobreza; língua já ele não tinha! Por um infortúnio qualquer, o rei fez com que ele a tivesse perdido, por ter dado com ela nos dentes… acerca da paranóia do príncipe por chouriços – só não perdeu mais nenhuma pendureza por grande intervenção do príncipe.
Era chegada a hora de o príncipe contrair matrimónio, por muito que ele discordasse dessa opinião, dando o exemplo do príncipe do Mónaco, se bem que a opinião geral não via semelhanças entre eles.
Foi neste contexto que a rainha se saiu com a ideia de organizar uma festa/baile com concurso de beleza, com a ideia de encontrar a cara metade do príncipe encantado.

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